segunda-feira, 27 de junho de 2016

Estressei... que bom?!

Enfrentar ou desistir?


Estresse é a palavra do momento! Tudo nos estressa. Estressamos com o calor ou frio; estressamos por estudar, estressamos com amigos, companheiros(as); estressamos se estamos desempregados ou cansados do trabalho. Estressamos tanto que a palavra estresse se banalizou.
O termo estresse foi tomado emprestado da física, onde designa a tensão e o desgaste a que estão expostos os materiais. Uma das definições mais usadas reporta o estresse como a soma de respostas físicas e mentais causadas por determinados estímulos externos (estressores) e que permitem ao indivíduo (humano ou animal) superar determinadas exigências do meio ambiente. Trata-se de um mecanismo fisiológico modulado por mediadores químicos (adrenalina, por exemplo) que nos estimula a reagir diante de um perigo por meio de um mecanismo conhecido como luta ou fuga. Basicamente, passamos a vida reagindo aos eventos mais ou menos programados, enfrentando aqui, desistindo ali, mas sempre reagindo.
O estresse, então, é uma defesa do ser humano. Quando somos estressados, criamos estratégias para nos adaptar, reagir positivamente. É isso que acontece quando somos estimulados no trabalho, nos estudos... saímos da zona de conforto e desenvolvemos habilidades, buscamos novos conhecimentos. Enfim, ultrapassamos os nossos limites, alcançamos um novo patamar e seguimos em busca de novos desafios.
Entretanto, como reagimos diante de situações adversas? Aquele chefe intransigente, conflitos com os colegas, exigências discordantes, falta de autonomia e reconhecimento são situações que, progressivamente, têm o poder de minar nossas forças e desencadear um processo de exaustão física e emocional. Humor mais irritadiço, sono ruim ou um contínuo estado de frustração e desânimo podem ser indícios de que você está iniciando um processo de estresse. E pode aumentar as suas chances de ter doenças cardíacas (infarto), metabólicas (diabetes) ou neurológicas (derrame) em médio e longo prazo. Só para citar alguns exemplos.
Se engana que o estresse e suas manifestações são oriundas do estado emocional. Não é raro escutarmos certos mantras: "você não tem nada, é tudo emocional"; ou "o problema está na sua cabeça, basta você reagir". Primeiramente, o estresse é fruto de agentes externos, não é algo que se inicia de dentro para fora. Claro, o modo como reagimos aos agentes agressores - se escolhemos enfrentar ou desistir - pode modular as nossas reações. Entretanto, a nossa capacidade de se adaptar aos estressores é dinâmica e varia de acordo com o contexto e até mesmo ao longo da vida. Em segundo plano, sabe-se que as consequências do estresse desencadeiam uma série de eventos físicos, como alterações hormonais, neurológicas e metabólicas. Há fatores emocionais envolvidos também, mas o corpo não é uma uma interação entre as dimensões físicas e emocionais? Por acaso a dimensão emocional não faz parte desse todo?
Portanto, precisamos ficar atentos aos sinais de que "algo" não está funcionando bem em nosso corpo. É preciso tentar localizar a fonte do problema e buscar estratégias para enfrentar o problema antes que ele se torne maior do que a nossa capacidade de adaptar, reagir. E, fundamentalmente, pensar que a prevenção ao estresse perpassa pelos nossos hábitos e estilo de vida: atividade física, lazer e uma boa noite de sono são excelentes "remédios". E, como diz um velho provérbio português, imortalizado por Jorge Ben Jor, cautela (na vida) e canja de galinha não faz mal a ninguém. E você, caro leitor, como está de estresse?

2 comentários:
Write comentários
  1. Preciso ser menos estressada, realmente esse texto me faz pensar que precisamos buscar maneiras de diminuir o estresse. Muito bom!

    ResponderExcluir
  2. Olá Marcus, gostei muito do seu texto, tenho passado muito por isso e vejo fundamento em tudo oque vc diz. O stress realmente nos prejudica e temos que reagir, lutar contra. Me fez pensar(risos), continue este trabalho maravilhoso, estou a procura do melhor tratamento para o alivio desta tensão. Um grande abraço.

    ResponderExcluir